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Inteligência Artificial (AI): o que é e como funciona?

Hoje em dia, podemos pensar que é difícil encontrar quem não saiba o que é a Inteligência Artificial (IA). Ainda mais que 90% dos brasileiros já afirmaram ter feito uso dessa ferramenta ao menos uma vez.

Mas será que podemos dizer que todos entendem a ciência por trás da sua aplicação, os benefícios da Inteligência Artificial e como usá-la estrategicamente em diversos setores da sociedade?

Aí a estatística deve ser menor, concorda? Porque uma coisa é se encantar com as recomendações personalizadas de plataformas como Netflix e Spotify. Outra é decifrar a IA na ciência de dados e aprender como integrá-la ao machine learning.

Se você faz parte desse grupo indispensável para o desenvolvimento da IA, siga com esta leitura e conheça as possibilidades dentro desse universo ainda em fase de descobertas!

Mãos humana e robótica se aproximam em um sinal de sinergia entre o orgânico e o digital

O conceito de Inteligência Artificial

A Inteligência Artificial é uma área da ciência da computação que cuida da criação de sistemas capazes de realizar tarefas que demandam um grau maior de complexidade em execução.

Ou seja: não se trata, apenas, da automação de processos ou de atividades que respondem a simples comandos. Com a IA, a capacidade de máquinas foi ampliada para habilidades como:

• Aprendizado;

• Percepção;

• Reconhecimento de padrões;

• Tomada de decisões;

• Processamento de linguagem natural.

Entre outras ações que, na teoria, visam simular a nossa capacidade de resolver problemas e adaptar-se a novas situações.

A origem e aplicação prática da Inteligência Artificial

A ciência de dados já vem trabalhando com a ideia (mesmo que teoricamente) há muito tempo. As primeiras revoluções industriais já mostravam o quanto a humanidade avançava rapidamente nessa fusão de mãos e engrenagens para trabalhar em sinergia.

Mas foi só ao longo da década de 1940 que o matemático britânico Alan Turing introduziu a ideia de que uma máquina poderia realizar qualquer cálculo se fosse programada.

Inclusive, vem daí o "Teste de Turing" — ainda usado como medida de inteligência em máquinas.

Na década seguinte, Claude Shannon, Marvin Minsky, John McCarthy e Nathaniel Rochester discursaram o termo Inteligência Artificial e, a partir daí, a IA não saiu mais da mente dos cientistas. Algoritmos passaram a ser usados em sistemas à medida que a própria computação ganhava espaço. Nas décadas de 1960 e 70 já se via os primeiros jogos de xadrez automatizados.

Até chegarmos aos conceitos modernos, como deep learning, ainda faltava tempo e tecnologia. Mas a ciência de dados evoluiu rápido até que a internet, a disponibilidade de grandes volumes de dados e técnicas de aprendizado de máquina (machine learning) trouxeram novos recursos.

E, hoje, falamos abertamente sobre o deep learning — algoritmos como redes neurais artificiais, que simulam o funcionamento do cérebro humano — como uma realidade próxima, e não como um roteiro mirabolante de ficção científica.

Cena do filme A.I.,de 2001, em que já debatia questões éticas no uso da tecnologia

Tipos de Inteligência Artificial

Além da versatilidade da IA para o desenvolvimento de diferentes soluções — e em diversas áreas produtivas —, podemos analisar a tecnologia por meio de suas categorias.

Nada mais justo, considerando que o cientista de dados, para chegar ao entendimento da Inteligência Artificial —, tem que segmentar as capacidades de uso da ferramenta.

Confira as principais classificações da IA!

Máquinas reativas

São as formas mais básicas, que não têm memória nem a capacidade de aprender com experiências. Elas reagem a estímulos de maneira predefinida — como o computador Deep Blue, da IBM, que conseguiu vencer o então campeão mundial de xadrez Garry Kasparov.

Memória limitada

A memória limitada permite que sistemas aprendam e melhorem com experiências até certo ponto. É o caso dos populares veículos autônomos que analisam dados de trânsito em tempo real e ajustam ações com base em padrões de tráfego observados.

IA estreita (ou fraca)

Projetada para realizar tarefas específicas, esses sistemas não possuem consciência, autopercepção ou a capacidade de generalizar habilidades para outros domínios. Eles são, por sua vez, eficazes dentro de campos específicos, como as populares assistentes virtuais:

• Siri;

• Alexa;

• Google Assistant.

O mesmo vale para as já citadas recomendações de plataformas de streaming, que utilizam algoritmos de IA estreita e de machine learning para recomendar filmes, séries e produtos com base no comportamento do usuário.

IA geral (ou forte)

Aqui, a Inteligência Artificial é usada para simular capacidades  cognitivas semelhantes às nossas. Assim, é possível expandir a execução de tarefas complexas, e não limitando-se apenas às quais os sistemas foram programados para reconhecer.

IA superinteligente

Partimos, agora, para o campo exclusivamente teórico de uso da Inteligência Artificia, que deve ser planejada para realizar as qualquer tarefa intelectual que eu ou você possamos imaginar, mas com elevada eficiência e criatividade.

Autoconsciência

Esse é o nível mais avançado: as máquinas têm consciência de si mesmas e podem ter emoções e percepções semelhantes às humanas. 

Mas não se preocupe em imaginar os riscos éticos disso, porque a IA autoconsciente ainda é puramente teórica.

Aplicações da Inteligência Artificial

O desenvolvimento da tecnologia de IA segue em ritmo acelerado e podemos já ver e imaginar, em um futuro próximo, aplicações incríveis dela dentro do campo.

Confira alguns exemplos disso, a seguir, e quem sabe isso não te inspira a considerar um curso na área?

No setor da saúde

Algoritmos são utilizados para analisar grandes volumes de dados médicos, como imagens de raios-X, tomografias e ressonâncias magnéticas, para detectar doenças em estágios iniciais. 

Com isso, ela pode identificar padrões que muitas vezes passam despercebidos por médicos, aumentando a precisão e a velocidade dos diagnósticos. Sem falar que, assim, é possível personalizar ainda mais os tratamentos com base nos genes de cada paciente.

Dentro da gestão hospitalar, por sua vez, a Inteligência Artificial já é usada na otimização de recursos, como a previsão de demanda por leitos e a alocação de pessoal.

No setor financeiro

A tecnologia já é utilizada para avaliar riscos de crédito e detectar fraudes. Já existem sistemas baseados em machine learning que analisam grandes quantidades de dados, identificando padrões suspeitos que podem indicar atividades fraudulentas.

Também podemos citar a automatização de processos repetitivos e demorados, como a verificação de documentos e a análise de transações. Isso reduz custos e minimiza erros — ainda não é um deep learning, mas um avanço de impacto para tornar o setor mais seguro.

No setor de transporte

Carros, caminhões e drones autônomos já estão nas ruas (e no tráfego aéreo) e navegam sem intervenção humana. Para isso, utilizam sensores e algoritmos de machine learning para tomar decisões em tempo real, prometendo reduzir acidentes e otimizar o tráfego.

Além disso, a IA tem sido executada para otimizar rotas de entrega, prever a demanda e gerenciar estoques para empresas do ramo logístico.

Ou, ainda, a Inteligência Artificial é valiosa para a indústria em geral, uma vez que seus algoritmos analisam dados de sensores para prever falhas antes que elas ocorram. Isso permite a manutenção preventiva e aumenta a vida útil dos equipamentos.

Futuro da Inteligência Artificial

O futuro da IA é promissor e cheio de possibilidades. À medida que a tecnologia avança, espera-se que a Inteligência Artificial continue a integrar-se em diversos aspectos de nossas vidas, tornando-se cada vez mais sofisticada e onipresente. 

No setor da saúde, que destacamos acima, poderemos ver avanços na cura de doenças complexas e na extensão da longevidade humana.

Representação da fusão entre o cérebro humano e a aplicação de algoritmos

No setor financeiro, ela poderá trazer uma personalização ainda maior dos serviços, com uma gestão financeira mais eficaz e segura. 

Enquanto isso, no transporte, a adoção em massa de veículos autônomos poderá transformar completamente a mobilidade urbana e a logística. 

Além disso, novas aplicações devem surgir em outras áreas de desenvolvimento, como educação, entretenimento e serviços públicos, levando a um mundo mais conectado e eficiente. 

No entanto, é crucial que o seu desenvolvimento seja acompanhado por regulamentações e práticas éticas para garantir que os benefícios sejam amplamente compartilhados e que os riscos sejam minimizados.

O impacto da IA na sociedade

A Inteligência Artificial tem um impacto multifacetado em toda a estrutura da nossa sociedade. Seu uso já transformou setores inteiros e tem mudado a maneira como vivemos, trabalhamos e nos comunicamos. 

Quer ver alguns exemplos visíveis disso? Aí vai:

• Processos complexos de automação;

• Diagnósticos mais rápidos e precisos;

• Tratamentos personalizados;

• Gerenciamento automático e complexo de dados médicos;

• Adaptação de conteúdos e métodos de ensino às necessidades individuais dos alunos;

• Inclusão digital, com ferramentas de acessibilidade para pessoas com deficiências;

• Eficiência operacional, redução de custos e inovação em produtos e serviços com a Inteligência Artificial;

• Estímulo de crescimento e novas oportunidades de emprego em áreas como ciência de dados, criação de algoritmos e em gestão de tecnologia.

Entretanto, o impacto da IA vai além dos benefícios econômicos e industriais. Ela está mudando a forma como interagimos com o mundo digital, influenciando nossas decisões e comportamentos. 

Quer um exemplo prático? Algoritmos de IA que alimentam as redes sociais moldam as informações que vemos e como nos conectamos com outras pessoas, o que pode ter tanto efeitos positivos, como a criação de comunidades online, quanto negativos, como a disseminação de desinformação.

Desafios e preocupações com o uso da IA

Um dos principais desafios é a questão da privacidade. Sistemas frequentemente dependem de grandes volumes de dados pessoais para funcionar eficazmente, o que levanta preocupações sobre como essas informações são coletadas, armazenadas e utilizadas.

A falta de transparência em muitas práticas de coleta de dados pode levar a abusos e invasões de privacidade — e que motivou à implementação de leis específicas sobre o assunto. No Brasil, temos a recém-criada LGPD, a Lei Geral de Proteção de Dados.

Outro desafio é o viés algorítmico. Sistemas são tão imparciais quanto os dados que os treinam. Se eles estiverem enviesados, os resultados também serão. Isso pode levar à discriminação em áreas como recrutamento, concessão de empréstimos e aplicação da lei. Daí, a importância em garantir que os sistemas sejam justos e imparciais.

Além disso, a Inteligência Artificial a níveis expressivos de complexidade leva a um temor coletivo: a perda de empregos. Enquanto a IA cria novas oportunidades, ela também pode tornar obsoletos muitos empregos tradicionais. 

Isso exige uma requalificação da força de trabalho e a criação de políticas para apoiar a transição dos trabalhadores para novas funções e indústrias.

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