Brasília, 29 anos e uma decisão corajosa: depois de uma década dedicada à arquitetura, Clara decidiu começar de novo, agora na área de dados. Sua trajetória é feita de coragem, disciplina e, acima de tudo, de escolhas que mudaram o rumo de sua vida profissional.
Pronto para conferir essa história?
Formada em Arquitetura e Urbanismo pela UnB, Clara viveu experiências intensas durante a graduação: estágios, trabalhos em escritórios e até um intercâmbio na França pelo programa Ciências sem Fronteiras. “Foi uma experiência que me abriu muito a cabeça, conheci várias coisas que eu nunca tinha visto”, conta.
Apesar das oportunidades, a realidade do mercado de arquitetura se mostrou desafiadora. Os empregos eram informais, os direitos trabalhistas precários e as chances de crescimento limitadas. Ela até chegou a abrir uma sociedade com um amigo para atuar em projetos de cenografia e eventos, mas percebeu que não estava feliz. “Eu gostava mais dos projetos residenciais, mas eram os mais difíceis de captar e que não davam tanto dinheiro”, lembra.
Foi nesse momento que começou a se questionar: será que arquitetura era, de fato, o caminho que queria seguir?
A resposta veio de uma conversa em família. Clara sempre aconselhava os primos adolescentes a escolherem tecnologia como carreira, já que o setor prometia grandes oportunidades. Um dia, sua mãe a provocou: “Você vive sugerindo isso para eles, mas por que você mesma não tenta?”
A provocação fez sentido. Clara queria uma profissão com mais possibilidades de atuação, mercado aquecido e um campo de estudo instigante. Decidiu, então, se matricular em Análise e Desenvolvimento de Sistemas. Logo percebeu que gostava mais da área de dados… e foi aí que encontrou a TripleTen.
O formato do bootcamp foi decisivo para sua transição. A metodologia prática, os projetos reais e o acompanhamento próximo mostraram que ela poderia se preparar para o mercado em pouco tempo.
“Nos projetos mais avançados, alguns foram bem desafiadores, mas foram os que mais me motivaram. Eu conseguia resolver problemas reais e aplicar o que estava aprendendo.”
A rotina, claro, não foi fácil. Entre trabalho e estudos, Clara precisou estender o prazo de formatura para conseguir dar conta. Mas em nenhum momento pensou em desistir. “Eu costumo começar e terminar as coisas. Não gosto de deixar nada pela metade.”
Outro ponto essencial foi o suporte da família e das amigas mais próximas. “No início, elas acharam estranho: ‘Tech é tão diferente de você’. Mas me apoiaram muito e foram fundamentais para eu aguentar a carga de estudos e trabalho.”
Terminada a formação, começou a busca pela primeira oportunidade. O processo foi intenso e, por vezes, frustrante. Muitas candidaturas caíam em filtros automáticos de plataformas como Gupy. “Eu já não aguentava mais ver a Gupy”, brinca.
Mas a persistência valeu a pena. Depois de meses de dedicação a currículos, GitHub e LinkedIn, Clara conquistou uma vaga de estágio em People Analytics em uma grande empresa — justamente o tipo de organização estruturada que ela desejava.
“Foi um alívio gigantesco. Eu queria trabalhar em uma empresa com plano de carreira, estabilidade e possibilidade de crescimento. E encontrei isso.”
Além da conquista profissional, a mudança trouxe melhorias no dia a dia. Hoje, Clara trabalha majoritariamente de casa e valoriza essa liberdade.
“Todos os dias eu agradeço que estou trabalhando de casa. Ter meu espaço, meu café, minha rotina… isso muda muito a qualidade de vida.”
O tempo economizado com deslocamentos e a possibilidade de organizar sua rotina fizeram diferença até na alimentação. “Agora posso preparar minhas refeições em casa, o que era impensável antes.”
Se antes se via sem muitas perspectivas na arquitetura, agora Clara tem clareza sobre os próximos passos.
“Meu objetivo a longo prazo é ter um plano de carreira estruturado. Hoje eu consigo olhar e ver quais são os próximos cargos e remunerações que posso almejar. Também já sei quais cursos quero fazer para aplicar no meu trabalho.”
Ela reconhece que está apenas no início — “aos 29 anos, começando de novo do zero” —, mas se sente motivada por ter um horizonte claro pela frente.
Clara resume sua experiência em uma mensagem simples, mas poderosa:
“É tomar a decisão e se dedicar. Vai exigir muito estudo, mas vale a pena. Se der errado, você tenta de novo. No meu caso, deu muito certo, apesar de todo medo que senti. E hoje posso dizer: foi uma das melhores escolhas que já fiz.”